Autores; Joel Cleto e Suzana Faro /Tacitus (textos); Sérgio Jacques (fotografias9
Após o colapso do histórico guindaste, na
sequência do desastre que sofreu em 12 de abril de 2012, a APDL - Administração
dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo - recolheu todos os fragmentos
possíveis num estaleiro que montou propositadamente junto ao arranque do molhe
sul, a poucas dezenas de metros do zimbório do Senhor do Padrão e da praia de
Matosinhos. E aí, durante os oito anos seguintes, os restos do velho guindaste
ficaram salvaguardados enquanto se decidia o que fazer com eles e qual a melhor
forma de o fazer.
...............................
Decidida pela APDL a reconstrução do titan –
num relevante investimento financeiro que teve em conta a incontornável
importância histórica e patrimonial deste equipamento, e o papel identitário
que possuiu para Matosinhos durante mais de um século.
--------------------------------------
O projeto “Titan. O Renascer” não se esgotou
unicamente na reconstrução do histórico mecanismo. Desde a primeira hora que,
para a APDL, foi também importante objetivo o envolvimento da comunidade. Não
só na posterior visita ao monumento – afinal o grande desiderato deste
investimento – mas também na possibilidade desta acompanhar todo o processo de
reconstrução e, simultaneamente, de se promover um conjunto de ações que
espoletassem o interesse pelo guindaste, pela sua reconstrução e posterior
visita, mas também que permitissem a explicação do interesse histórico,
patrimonial, pedagógico e cultural deste equipamento. Isso mesmo foi anunciado
no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões na sessão de apresentação do
projeto, a 27 de novembro de 2020. Durante a cerimónia, transmitida em direto
através da internet, o Presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões
e Viana do Castelo, Engº Nuno Araújo, referiu essa vontade do envolvimento da
comunidade nomeadamente através, entre outros, de uma exposição itinerante
sobre a importância dos titans; a edição de publicações; ação de formação para
professores sobre esta temática; visitas guiadas; “conversas” nas escolas sobre
o titan; produção de um jogo informática; produção de uma pintura alusiva de
autoria de Sobral Centeno; e o acompanhamento quase diário, através de fotografia
(de autoria de Sérgio Jacques) e vídeo (realizado por Luís Morais, com a
presentação do historiador Joel Cleto), dos trabalhos de recuperação do titan
através da criação e animação de uma página no facebook e de uma webpage,
mantendo a comunidade permanentemente a par do desenrolar dos trabalhos,
servindo também de memória futura de todo o projeto. Embora as condições de
saúde pública decorrentes da pandemia da covid19 tenham condicionado em parte
estes objetivos, nomeadamente a itinerância pelos estabelecimentos de ensino da
exposição sobre a importância histórica dos titans, estes objectivos foram
cumpridos e envolveram, nas suas diferentes frentes (exposições, visitas
guiadas, palestras presenciais e online, ações de formação…), milhares de
participantes.