As fotografias capturam a cidade de Compostela, na Galiza, oferecendo uma interpretação visual das crónicas que deram origem ao primeiro livro de Urbano, publicado em 1949. Cada imagem será acompanhada por excertos das crónicas originais, proporcionando uma imersão completa na atmosfera única criada pelo autor há mais de sete décadas.
Além de ser uma expressão artística, a exposição também assume um caráter histórico e político, alinhando-se com as celebrações do 50.º aniversário do 25 de Abril. Urbano Tavares Rodrigues desempenhou um papel crucial na resistência contra o regime ditatorial, tornando-se uma figura emblemática na luta pela democracia em Portugal.
A inauguração está marcada para 27 de janeiro, com a exposição aberta ao público até 24 de fevereiro. A Galeria do Espírito Santo estará disponível para visitas de terça-feira a domingo, das 09:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30. Não perca esta oportunidade única de explorar a fusão entre literatura e fotografia, numa homenagem apaixonante a Urbano Tavares Rodrigues.
Soares Novais
Celebrar Urbano Tavares Rodrigues com textos (quase) esquecidos
Urbano Tavares Rodrigues nasceu há 100 anos, a 6 de Dezembro de 1923.
Há 75 anos, em 1948, Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013) escreveu sobre “As Festas do Apóstolo”. Tinha 25 anos de idade e peregrinou por Santiago de Compostela, ao serviço do Diário de Notícias (DN). As reportagens que então assinou para o DN foram depois publicadas em livro, que Urbano colocou na estante da memória. Agora, o fotógrafo Sérgio Jacques e o escritor Carlos Quiroga resgatam-no do seu longo cativeiro com a publicação de “Santiago de Compostela”. Reler o que então escreveu é uma boa forma de celebrar os 100 anos do seu nascimento – em 6 de Dezembro de 1923 – de um dos nomes maiores da nossa Literatura.
Em 1948, Espanha e Portugal estavam sob o jugo de dois tiranos: Francisco Franco (1892-1975) e António Oliveira Salazar (1889-1970). Apesar da sua juventude, Urbano Tavares Rodrigues aportou a Santiago de Compostela consciente do terreno armadilhado que pisava. Provam-no as reportagens que assinou no DN, tal foi a genialidade com que retratou “As peregrinações! Todo o passado de Santiago! Toda a Idade Média ‘essa época enorme e delicada’… As peregrinações! Cheias de fé e padecimentos, de humilhações, de caridade… e de violências também, de roubos, de crimes, até nas igrejas… Que maravilhosa sugestão a das peregrinações medievais a Santiago de Compostela!…”
O livro que resultou das reportagens de Urbano Tavares Rodrigues tem 50 páginas e um título enganador: “Santiago de Compostela (Quadros e Sugestões da Galiza)”, com edição da Empresa Nacional de Publicidade, em 1949. Assim titulado, o livrinho pode ser visto como um roteiro – mais um! – sobre a actual capital da Região Autónoma da Galiza. Puro engano. A prosa de que é recheado dá-nos conta da miséria que povoa a cidade, bem como da relação cúmplice entre o poder despótico de Franco e a Igreja Católica. Atente-se no que diz Carlos Quiroga, escritor e filólogo galego, a quem Sérgio Jacques convidou para reflectir sobre o que Urbano escreveu: “[…] E, no entanto, não conheço nenhum artefacto literário tão radioso que fale deles nos alicerces de Compostela, circunstanciada em 1948 pelo acaso diarístico do momento: uma Compostela secularmente gloriosa e cosmopolita hoje, mas levantada do chão à glória pela religião e o fascismo, sobre violência e mortos…” Lembro que a Guerra Civil se desenrolou entre 1936 e 1939.
O Ano Jubilar Compostelano1 de 1948 contou com a presença de Francisco Franco, que o denominou “Primeiro Ano Santo Triunfal”. Um ardil propagandístico do ditador, que Urbano Tavares Rodrigues descreve, assim, na página 18 do seu livro: “A entrada de Franco a toque de clarim, acompanhado de esposa e filha, com repique de todos os sinos da cidade e delírios de palmas, a entrada divinizada com botafumeiro e palavras de responsório, ‘El Señor lo ha elegido y lo ha colocado em alto sobre los reyes de la tierra’ […]”
Foi a leitura de “Santiago de Compostela (Quadros e Sugestões da Galiza)” que levou Sérgio Jacques a produzir e a editar o livro apresentado na última sexta-feira (13 de Outubro de 2023), na livraria da Unicepe – Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto. Um projecto que “só foi possível graças à cumplicidade da Isabel Fraga, da Sofia Fraga e da Catarina Almeida”, como sublinhou o autor. Sobre as fotografias do livro, Carlos Quiroga refere que Sérgio Jacques “foi, na cidade cosmopolita de agora, à procura de um tempo atapetado em semiobscuridades, aquele por onde passou o espelho do homenageado, 75 anos antes.”
O livro de Sérgio Jacques e a releitura da obra de Urbano Tavares Rodrigues são (mais) dois bons motivos para celebrarmos os 100 anos do nascimento deste “senhor da Literatura”, que teve vida longa, singular e solidária. Com grandes causas e pequenas coisas. Compete-nos fazer com que “perdure” através dos livros que escreveu para “não morrer completamente”, como confessadamente desejou, em entrevista ao Jornal de Letras, Artes e Ideias (JL), no ano de 1993. Tavares Rodrigues orgulhava-se de, “entre ventos e tempestades, interrogações, incertezas, angústias” se ter mantido sempre fiel ao mais profundo de si próprio. Temos de agradecer-lhe a sua obra, a sua coragem e o seu exemplo.
Notas:
1 – Para Carlos Quiroga, o Ano Jubilar Compostelano de 1948 representou “a restauração publicitária de um ditador que o consolidou e utilizou como eficiente instrumento de subjugação”. O escritor e académico galego também não comunga da narrativa sobre “a descoberta de um sepulcro que um antigo bispo aponta de imediato como sendo de um apóstolo morto na Palestina do século I, supostamente aparecido, primeiro, em Jerusalém e, vários séculos depois, noutros muitos lugares da Europa”. Quiroga considera ainda que “a candidatura de Compostela acabou por ganhar vantagem depois de 1878, com caricatos fundamentos cientificos, sobre os achados noutras partes”.
2 – Isabel Fraga e Sofia Fraga são, respectivamente, filha e neta de Urbano Tavares Rodrigues. A escritora Isabel Fraga é filha da também escritora Maria Judite de Carvalho, primeira esposa de Urbano. Em 2006, nasceu o segundo filho: António Urbano, fruto do seu casamento com a psiquiatra Ana Maria Santos.
19/10/2023
Soares Novais
Porto (1954). Autor, editor, jornalista. Tem prosa espalhada por jornais, livros e revistas. Assinou e deu voz a crónicas de rádio. Foi dirigente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) e da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP). Publicou o romance “Português Suave” e o livro de crónicas “O Terceiro Anel Já Não Chora Por Chalana”. É um dos autores portugueses com obra publicada na colecção “Livro na Rua”, que é editada pela Editora Thesaurus, de Brasília. Tem textos publicados no "Resistir.info" e em diversos sítios electrónicos da América Latina e do País Basco. É autor da coluna semanal “Sinais de Fogo” no blogue “A Viagem dos Argonautas”. Assina a crónica “Farpas e Cafunés”, na revista digital brasileira “Nós Fora dos Eixos”.
A praia de Matosinhos é, no Norte de Portugal,
um dos espaços mais emblemáticos do Caminho de Santiago. O lugar onde, segundo
a lenda registada desde o século XII, ocorreu o milagre que está na origem da
associação da concha da vieira à devoção de Santiago. Esta praia é, por isso,
um privilegiado ponto de passagem (ou de partida) em direção a Compostela -
essa terra onde dança a lua e que, entre neblinas, mistérios e penumbras,
Sérgio Jacques captou nestas desafiadoras perspectivas que nos convocam para
a descoberta.
O objetivo desta obra é disponibilizar à comunidade educativa do concelho, bem como às gerações futuras, uma publicação retrospetiva, mas também prospetiva, onde poderão encontrar relatos e notícias de factos concretos relacionados com o caminho que o Município tem percorrido rumo à sustentabilidade integral do território concelhio da Maia.
A edição deste ano contou com 208 candidaturas, envolvendo instituições de Portugal Continental e Regiões Autónomas. Para além disso, assumiu também uma vertente marcadamente internacional, reconhecendo a excelência de projetos de exposição e divulgação cultural de Portugal no estrangeiro.
Alda Costa
Cláudio Torres
André Dores
Rosa Reis
Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s Madeira
Desde 1885 que a paisagem portuária de Leixões e os seus titans integram e fazem parte da identidade dos núcleos históricos de Matosinhos e Leça da Palmeira. Há cerca de nove anos, na sequência de um infeliz acidente, o titan do molhe sul deixou de fazer parte dessa paisagem. Mas O RENASCER DO TITAN vai ser em breve uma realidade e de novo marcará presença na zona histórica de Matosinhos. Continue a acompanhar-nos e saiba tudo sobre este ambicioso projecto da APDL!
"Porto Liberal. Guia de Arquiteturas, Sítios e Memórias" no MMIPO
As fotografias, da autoria de Sérgio Jacques, do livro "Porto Liberal. Guia de Arquiteturas, Sítios e Memórias", estão em exposição no MMIPO integradas na mostra "A Misericórdia do Porto e a Revolução Liberal (1820-1834)".
A obra encontra-se à venda na loja do MMIPO ou através do site
http://www.mmipo.pt/pt-pt/loja/porto-liberal.-guia-de-arquiteturas-sitios-e-memorias
Outubro 2020
Museu de Congonhas (Brasil) inaugura exposição sobre a devoção
ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Portugal
Uma das maiores festas religiosas do Brasil se aproxima, o Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, e para marcar a data, o Museu de Congonhas inaugura uma nova exposição fotográfica, nesta quarta-feira, 28, a partir das 19h. Uma mostra idealizada para celebrar a geminação entre Congonhas (Brasil) e Matosinhos (Portugal), cidades que cultuam a mesma devoção ao Senhor Bom Jesus. O evento é parte da programação especial preparada pela instituição em comemoração ao Mês de Aleijadinho.
A exposição reúne os registros feitos pelo fotógrafo lusitano Sérgio Jacques durante as festividades portuguesas ao Bom Jesus, que lá são realizadas em junho, sobretudo o de ornamentação de flores naturais da Igreja em homenagem ao Santo no Norte de Portugal. As imagens serão exibidas pela primeira vez no Museu de Congonhas, instituição feita exatamente para difundir a fé e devoção por trás da construção do Santuário de Bom Jesus em Congonhas.
https://www.museudecongonhas.com.br/26-08-2019-exposicaosenhorbomjesus
Agosto 2019
Dezembro 2018. Lançamento do livro "Lendas do Porto" 5º e ultimo volume da colecção.
Salão Árabe do Palácio da Bolsa no Porto.
Sérgio Jacques (autor das fotografias), Luís Ferreira Alves (fotografo Portuense),
Nuno Botelho ( Presidente da Associação Comercial do Porto),
Germano Silva (Jornalista e Historiador), Joel Cleto (autor dos textos) e Francisco Melo (editor)
No Dia Mundial do Turismo, a Câmara Municipal de Matosinhos
lançou três roteiros turísticos dedicados a áreas distintas: Matosinhos e o surf, Matosinhos e o património histórico, Matosinhos e a arquitetura
O fotógrafo Sérgio Jacques é o autor do “Mapa da Arquitectura”, - “um mapa- com 43 locais- não para os eruditos da arquitectura, mas para os viajantes que vêm a Matosinhos até por outros pretextos”.
“Matosinhos assume-se como um destino cultural à volta da arquitetura. Muita gente vem à procura das obras de Álvaro Siza, mas este guia permite descobrir outros arquitetos, alguns antigos, outros contemporâneos”,
esclarece o fotógrafo.
As fotografias, da autoria de Sérgio Jacques, do livro "Porto Liberal. Guia de Arquiteturas, Sítios e Memórias", estão em exposição no MMIPO integradas na mostra "A Misericórdia do Porto e a Revolução Liberal (1820-1834)".
A obra encontra-se à venda na loja do MMIPO ou através do site
http://www.mmipo.pt/pt-pt/loja/porto-liberal.-guia-de-arquiteturas-sitios-e-memorias
Outubro 2020
Museu de Congonhas (Brasil) inaugura exposição sobre a devoção
ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Portugal
Uma das maiores festas religiosas do Brasil se aproxima, o Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, e para marcar a data, o Museu de Congonhas inaugura uma nova exposição fotográfica, nesta quarta-feira, 28, a partir das 19h. Uma mostra idealizada para celebrar a geminação entre Congonhas (Brasil) e Matosinhos (Portugal), cidades que cultuam a mesma devoção ao Senhor Bom Jesus. O evento é parte da programação especial preparada pela instituição em comemoração ao Mês de Aleijadinho.
A exposição reúne os registros feitos pelo fotógrafo lusitano Sérgio Jacques durante as festividades portuguesas ao Bom Jesus, que lá são realizadas em junho, sobretudo o de ornamentação de flores naturais da Igreja em homenagem ao Santo no Norte de Portugal. As imagens serão exibidas pela primeira vez no Museu de Congonhas, instituição feita exatamente para difundir a fé e devoção por trás da construção do Santuário de Bom Jesus em Congonhas.
https://www.museudecongonhas.com.br/26-08-2019-exposicaosenhorbomjesus
Agosto 2019
esclarece o fotógrafo.
Exposición de fotografia en Madrid
y edición del libro "Archivos" de Sérgio Jacques
Exposición de fotografia en Madrid
y edición del libro "Archivos" de Sérgio Jacques
Archivos, ha sido realizado en el
Arquivo Nacional "Torre do Tombo" de Lisboa. El archivo como
edificio, el archivo
como lugar, lleno de estantes y cajas de madera. Los Archivos son
depositarios de memorias colectivas y personales, en los lugares más profundos,
oscuros y silenciosos. Las carpetas con complejas texturas y variantes
cromáticas nos atraen por su misterio, ¿Qué contendienen esas carpetas,¿Qué
historias guardan en su interior,¿Quienes son estas personas fotografiadas en
las fichas policiales, ¿Qué hicieron?
El
autor nos sorprende entonces con su historia familiar, el "Forte de
Peniche" fue cárcel durante la dictadura de Antonio Oliveira Salazar, el
fotógrafo visitaba el "Forte de Peniche" de niño para visitar a su
tío encarcelado allí. Fotografías y acontecimientos personales, procedentes del
albúm familiar, se mezclan entonces con la historia del País. La fotografía se
revela así como construcción de las memorias.
Enrique Corrales (fotografo y profesor de fotografia) sobre el libro.
Exposição de fotografias de Sérgio Jacques
na Casa da Arquitectura
Fotografias
de Sérgio Jacques
NO 4º ANIVERSÁRIO DA CASA DA
ARQUITECTURA E NOS 80 ANOS DE ÁLVARO SIZA
ARQUITETURA, CINEMA E FOTOGRAFIA: A PISCINA DAS MARÉS
A CASA DA ARQUITECTURA completa 4 anos e Álvaro Siza 80. Parece uma
discrepância enorme de idades. E é. Mas há coisas que não se medem em anos. A
arte e os artistas estão para além da idade. Importa pouco a idade das gravuras
de Lascaux, de Altamira ou de Foz Côa. Elas estão aí, prevaleceram milénios,
continuam a surpreender-nos e interrogar-nos. Perante elas todos somos
demasiado jovens, ou demasiado velhos, depende da perspetiva. A arquitetura não
tem idade. Tem contexto mas não tem idade. Mais do que somar anos, a
arquitetura soma sabedoria, progresso, invenção, possibilidades.
Para celebrar os dois
aniversários, a CASA DA ARQUITECTURA vai realizar algumas atividades, duas
delas centradas na Piscina das Marés: a projeção da curta-metragem SIZÍGIA,
produzido pela Ruptura Silenciosa, e um workshop sobre fotografia orientado por
Sérgio Jacques. A Piscina das Marés é uma das obras fundadoras da Obra de
Álvaro Siza. Dela se pode dizer: daqui houve nome Siza. Sizígia está, em
termos oceanográficos, associado às marés vivas. Mas, para a psicologia, tem a
ver com aquilo que está no início, o arquétipo, mais propriamente o arquétipo
da alteridade (masculino-feminino). É conhecido o texto de Álvaro Siza em que
ele compara o trabalho do arquiteto ao do capitão de um navio. Ele é um homem
do mar. E da cidade. Depois de muito tempo em alto-mar, sobrevém a necessidade
imperiosa de aportar à cidade. O mar e a cidade (masculino-feminino)
completam-se e requerem-se na vida dum marinheiro. Daqui, desta margem onde se
situam a Piscina das Marés e a Casa de Chá, partiu o marinheiro Siza na demanda
das suas índias.
na Casa da Arquitectura
Fotografias de Sérgio Jacques